Babosa com álcool e extrato de graviola são exemplos de substâncias que podem ser prejudiciais
INFONET - Por Letícia Telles - Aracaju-SE - 29/11/2008 - 09:15 -
Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a previsão é de que em 2008 cerca de 460 milhões de brasileiros enfrentariam o câncer. Um número alto e crescente, a despeito das inúmeras campanhas e dos recursos que passam da casa de 1 bilhão gastos pelo governo em campanhas de prevenção e no tratamento. Dentro desse contexto, existe um aspecto bastante preocupante para os médicos: o uso pelos pacientes da terapia complementar com substâncias sem efeito curativo comprovado cientificamente.
INFONET - Por Letícia Telles - Aracaju-SE - 29/11/2008 - 09:15 -
Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a previsão é de que em 2008 cerca de 460 milhões de brasileiros enfrentariam o câncer. Um número alto e crescente, a despeito das inúmeras campanhas e dos recursos que passam da casa de 1 bilhão gastos pelo governo em campanhas de prevenção e no tratamento. Dentro desse contexto, existe um aspecto bastante preocupante para os médicos: o uso pelos pacientes da terapia complementar com substâncias sem efeito curativo comprovado cientificamente.
Considerada uma doença bastante agressiva, o Câncer, quando detectado, precisa ter seu tratamento inciado imediatamente. No entanto, uma prática bastante comum e perigosa é o retardamento do início desse acompanhamento pelos pacientes, que muitas vezes preferem recorrer ao uso de substâncias sem efeito curativo cientificamente aprovado.
Segundo o médico Pedro Henrique Araújo de Souza, especialista em oncologia clínica, o uso de substâncias sem indicação médica pode ocasionar vários problemas, como atraso no tratamento e até a morte. Ainda de acordo com ele, não é incomum um paciente chegar ao consultório utilizando algum tipo de tratamento não indicado, e aponta os erros mais comuns. “Já tive pacientes que recorreram a extrato de graviola, babosa ingerida junto com álcool e até erva de São João”, informou.
Os riscos para quem mistura qualquer substância contra indicada em um caso de tratamento de câncer são muitos, já que a doença exige que seja feita uma série de ações na sua cura. Cirurgia, quimioterapia, uso de hormônios, imuno-terapias e rádio-terapia são os mais comuns, todos com efeitos colaterais.
“O paciente precisa entender que o primeiro passo para quem descobre uma doença como o câncer é iniciar o tratamento junto com o acompanhamento médico. O uso do tratamento complementar sem indicação pode agravar um quadro que ainda estava em um estágio inicial e atrapalhar um tratamento”diz o médico, que ressalta que esses tratamentos não está totalmente excluídos. “Existem tratamentos fitoterápicos que às vezes são utilizados. Eles não interferem na cura, mas podem provocar o bem estar do paciente, que é algo muito importante”, ressaltou.
Apesar do uso de substâncias que podem ser prejudiciais à saúde, como babosa ou erva de São João estarem inseridas em terapias complementares, existem outras reconhecidamente benéficas no auxilio ao bem estar de pacientes que enfrentam doenças graves.
As mais conhecidas são: acumpuntura, homeopatia, meditação, medicina fitoterápica e outros, que não devem ser usados isoladamente.
O médico lembra que o melhor mesmo é evitar os fatores de risco, que são: tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, sedentarismo e alimentos ricos em gordura e pobre em fibras e vegetais.